quarta-feira, 25 de maio de 2011

CIVILIZAÇÃO MINÓICA

PRÉ-HISTÓRIA
Ficheiro:Map Minoan Crete-en.svg
Mapa da civilização minóica
A origem é incerta. A ilha foi ocupada a partir de 6000 a.C. por povos neolíticos, como evidenciado por figuras antropomórficas de argila. As primeiras peças de cerâmica surgiram por volta de 5700 a.C.. A arquitetura é semelhante às presentes no Egito (Αίγυπτος) e no Oriente Médio (Μέση Ανατολή), com tijolos queimados sobre fundação de pedra, cobertos por barro, que pode ligá-los aos povos da Ásia, e não aos povos da Europa como costuma-se pensar.

O povo cultivava trigo, lentilhas, criava bois e cabras. O terreno montanhoso e acidentado dava lugar a profundos vales férteis, onde era praticada a agricultura. A pesca também era um importante elemento na obtenção de recursos.

Por volta de 3800 a.C, o cobre substituiu as pedras em utensílios como machados, e a ilha toda passou a ser ocupada por esta cultura.
IDADE DO BRONZE

Por volta de 3000 a.C. são encontrados vestígios de utensílios de bronze e fornos para a fundição. Neste período, a ocupação do litoral tornou-se evidente, com vilas costeiras e ancoradouros. Surgiu um sistema de escrita (linear A, linear B, ainda sem tradução). Após 2100 a.C. grandes palácios começaram a ser construídos, denotando um certo grau de unidade política. Com registros escritos, unidade política e possivelmente um exército e uma armada, caracteriza o início da civilização minóica.
Tabuletas com Linear A
Tabuleta com Linear A
Barco de argila minóico
Cerâmica de Creta
Potes de Creta
Jarra com adorno marítimo
Jarra com adorno de plantas
Jarra com adorno marítimo
Espécie de jarra com bico cretense
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Jarra cretense
pote cretense

CRONOLOGIA

O primeiro calendário minóico, criado por Evans e modificado depois por outros arqueólogos, é baseado nos estilos de cerâmica. Ele divide o calendário minóico em três eras: Minóico Recente, Minóico Médio e Minóico Tardio. Essas eras foram depois subdivididas.
Outro sistema, proposto pelo arqueólogo grego Nicolas Platon, é baseado no desenvolvimento de estruturas arquitetônicas complexas conhecidas como “palácios” de Cnossos (Κνωσός), Festos (Φαιστός)Malia (Μάλια), e Kato Zakros (Κάτω Ζάκρος), e divide o calendário minóico em Pré-Palaciano, Proto-palaciano, Neo-Palaciano e Pós-Palaciano.
A Erupção de Santorini (Σαντορίνηocorreu durante uma fase avançada do Minóico Tardio ou Neo-Palaciano. A data da erupção é extremamente controversa, bem como a sua relação com o declínio minóico.

APOGEU
Ficheiro:Knossos frise taureau.JPG
Afresco do toureador
Afresco dos meninos boxeadores
Afresco de pescador
Afresco de jovem de classe alta
Afresco de expedição naval

Festival marítimo
Mulheres em rito religioso

Os mais antigos sinais de habitantes em Creta (Κρήτη) são peças de cerâmica neolítica, de aproximadamente 7000 a.C.
O começo da Idade do Bronze, por volta de 2600 a.C., foi um período de grande atividade em Creta (Κρήτη), e também marca o início de Creta (Κρήτη) como um importante centro de civilização. Por volta de 1700 a.C. houve um grande distúrbio em Creta (Κρήτη), provavelmente um terremoto, ou possivelmente uma invasão vinda da Anatólia (). Os Palácios de Cnossos (Κνωσός), Festos (Φαιστός), Malia (Μάλιαe Kato Zakros (Κάτω Ζάκροςforam destruídos. Mas com o início do Período Neo-Palaciano, a população aumentou novamente, os palácios foram reconstruídos em maior escala e novos assentamentos surgiram por toda a ilha. Esse período representa o ápice da Civilização Minóica (Μινωικός).
A Grécia continental mostrou independência da Creta Minóica (Μινωική Κρήτη). No fim do Neo-Palaciano, a cultura palaciana ruiu catastroficamente. Todos os palácios foram destruídos, e só Cnossos (Κνωσός) foi imediatamente reconstruída – embora outros palácios tenham resistido um pouco mais, como Chania (Χανιά).
Objetos do fim do Período Neo-Palaciano foram achados no Egito (Αίγυπτοςnos reinados de Hatshepsut e Tuthmosis III. Ou a catástrofe ocorreu depois dessa época, ou isso foi tão ruim para os egípcios que eles tiveram, ao invés disso, que importar objetos dessa época . Pouco tempo depois da catástrofe, por volta de 1420 a.C., a ilha foi conquistada pelos micênicos, que adaptaram a escrita Linear A, dos minóicos, criando a Linear B para a língua micênica, uma forma de Grego. O primeiro arquivo do período Pós-Palacial .
O apogeu da civilização minóica se deu entre 1700 a.C. a 1400 a.C.. Por volta de 1700, um grande terremoto destruiu a ilha, e os palácios foram reconstruidos em ainda maior escala, com o desenvolvimento de túmulos maiores, sistemas de esgoto e esculturas elaboradas. A prosperidade da ilha se deveu basicamente à habilidade na construção de naus rápidas e resistentes, capazes de transpor o Mar Mediterrâneo (Μεσόγειος). Desta forma, os minóicos estabeleceram relações comerciais com as civilizações circundantes, exportando peças de metal, jóias, cerâmica, azeite e .
A expansão comercial coincidiu com a expansão territorial e política. Colônias foram fundadas em diversas ilhas do Mar Egeu (Αιγαίουe na Sicília (Σικελία).
Os aqueus, áticos e jônios ocuparam inicialmente a área da atual Grécia durante o terceiro milênio antes de Cristo, e foi provavelmente através do contato com comerciantes minóicos que descobriram a metalurgia, a navegação, a construção de barcos e o cultivo das oliveiras, que se tornariam o eixo da sociedade grega primitiva. A mescla destes povos e a herança cultural dos minóicos originou a civilização micênica.

Ficheiro:Knossos Palais 2.JPG
Palácio de Cnossos
image003 Inspirações: Creta o oásis da beleza
afresco do Palácio de Cnossos
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Palácio de Cnossos
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Pinturas do mar no Palácio de Cnossos
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Pintura de Mulheres do Palácio de Cnossos
Afresco com Antílopes
Afresco com codornas
Afresco com Pássaros azuis
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Afresco com Grifo do Palácio de Cnossos
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Sala do Trono no Palácio de Cnossos
Trono dos reis de Cnossos
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Afresco de jovens carregando jarros do Palácio
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Jarros de armazenagem do Palácio de Cnossos
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Uma das alas do Palácio de Cnossos
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Fora do Palácio de Cnossos
Uma parte do Palácio de Cnossos
Ruínas do Palácio de Cnossos

DECLÍNIO

A explosão de um vulcão ao Norte localizado na ilha de Santorini (Σαντορίνη) fez com que terríveis tsunamis arrasassem seus principais portos costeiros, assim como seus principais mercados, facilitando assim a chegada de outra tribo indo-européia, os dórios, oriundos da Grécia continental que conquistaram os decadentes minoicos. Foram vistos esqueletos de crianças, provavelmente dessa época, encontrados na ilha como um sacrifício/oferenda aos deuses da natureza para que a prosperidade de antes retornasse. Esta erupção aconteceu em 1470 a.C. e causou um imenso maremoto que destruiu os portos minoicos e provavelmente toda a sua armada, comércio e auto-confiança psicológica, evitando assim o reerguimento. Incapazes de estabelecer comércio com outras culturas e defender-se de invasões estrangeiras, a sociedade aparentemente entrou em guerra civil, dividindo-se e fragmentando-se em vários grupos inimigos entre si e que antes eram apenas aliados estratégicos.
Ainda no século XV a.C., os dórios vindos do Peloponeso (Πελοπόννησος) invadiram Creta (Κρήτη), estabeleceram-se nas cidades abandonadas e construíram sobre cidades destruídas. Os minóicos migraram para o leste da ilha, mas foram finalmente assimilados por volta de 1380 a.C..
Isto desfaz totalmente a lenda dos dórios cruéis e sanguinários que fizeram os outros decaírem, pois mesmo que quisessem, os dórios eram muito poucos numericamente para conquistar os então fortes e poderosos minóicos (porém, a superioridade minóica acabou, o que foi um prato cheio aos gregos da Hélade (Ελλάδα), do memo modo que os macedônios se aproveitaram da decadência grega para só então invadí-la, repetindo mais uma vez os ciclos históricos).

GEOGRAFIA

Ficheiro:Furnu-Korfi 8244123.jpg
Fournou Korifi próximo de Mírtos no sudeste de Creta.
Creta é uma ilha montanhosa com portos naturais. Há sinais de antigos terremotos em locais minóicos.
Homero (Όμηρος) afirmava que havia uma tradição de que Creta (Κρήτηtinha noventa cidades. A ilha era provavelmente dividia em quatro unidades políticas; o norte era governado por Cnossos (Κνωσός); o sul, por Festos (Φαιστός); a região centro-leste, por Malia (Μάλια); a região leste por Kato Zakros (Κάτω Ζάκρος) Pequenos palácios foram encontrados em outros locais.
Alguns dos principais sítios arqueológicos minóicos são:

§                     Cnossos  (Κνωσός) 
§                     Festos (Φαιστός) 
§                     Malia (Μάλια) 
§                     Kato Zakros (Κάτω Ζάκρος) 
§                     Galatas (Γαλατάς)
§                     Agia Triada (Αγία Τριάδα)
§                     Gournia (Γουρνιά)
§                     Pírgos (Πύργος)
§                     Vasiliki (Βασιλική)
§                     Fournou Korifi (Φούρνου Κορυφή)
§                     Pseira (Ψείρα)
§                     Montanha Juktas (Όρος Γιούχτα)
§                     Arkalochori (Αρκαλοχώρι)
§                     Karfi (Καρφί)

SOCIEDADE E CULTURA

ARQUITETURA

 
Planta do Palácio de Cnossos
 
Reconstituição do Palácio de Cnossos

As estruturas de tijolos, pedra e barro se mantiveram ao longo da evolução desta civilização, mas a complexidade de suas construções aumentou desde o período neolítico. As casas eram retangulares, externamente amplas, com o interior dividido em muitos cômodos pequenos. Os palácios eram estruturas complexas, com diversos cômodos ligados por sinuosos corredores. As paredes eram frequentemente adornadas por representações de animais, festejos ou figuras geométricas, com ênfase em cores vivas.

ARTE

A cerâmica se destacou por apresentar diversidade de formas e funções, progredindo em termos de variedade, refinamento e acabamento. Eram decorados com pinturas de formas geométricas simples, como triângulos, zigue-zagues e padrões simétricos abstratos. Algumas obras possuíam pequenas imagens do cotidiano, como plantas e animais domésticos.
As pinturas em parede ganham destaque. Suas cores vivas puderam ser vistas nas ruínas dos palácios mesmo milhares de anos após sua destruição. Também retratam com bom grau de precisão e detalhamento animais selvagens e domésticos (sobretudo o touro), figuras humanas em cenas como festas, casamentos, colheitas e cerimônias. A maior parte do conhecimento acerca da sociedade minoica se deve a essas pinturas.
Posteriormente, os trabalhos em metal (sobretudo ouro) e pedras preciosas tornaram-se notáveis em detalhamento e se transformaram em artigos de exportação preciosos, populares do o Egito (Αίγυπτος) à Pérsia (Περσία).
Foram achados nas escavaçoes de Creta (Κρήτη) muitas imagens de mulheres, de diferentes posições sociais: sacerdotisas, dançarinas, esportistas e damas de nobreza.Isso significa que na sociedade minóica as mulheres tinham grande função na cidade.

POLÍTICA

 Acredita-se que a civilização minoica era constituída por cidade-estado, subordinadas em certo nível a uma cidade mais importante e seu rei. Assume-se que Cnossos (Κνωσόςera esta cidade. O palácio de Cnossos é o maior já encontrado na ilha, embora grandes palácios também ocorram em Festos (ΦαιστόςMalia (Μάλια). Associados ao palácio, estavam casas, lojas, banhos, oficinas e armazéns. Devido à dificuldade na tradução dos escritos minóicos, não há a identificação dos reis de Creta (Κρήτη), o nome Minos (Μίνωας) foi atribuído pelos gregos, posteriormente, ao rei que teria governado do palácio de Cnossos (Κνωσός)
ECONOMIA
Anel cretense com sacerdotisas
Anel cretense com sacerdotisas
Anel cretense com touro
brinco cretense
colar cretense
colar cretense
colar cretense
O Egito (Αίγυπτος), durante muito tempo, importou de Creta (Κρήτη) azeite e vinho, geralmente transportados em vasos de cerâmica. Os cretenses também desenvolveram a cultura de oliveiras, videiras e cereais. 
A civilização minóica, com o tempo, tornou-se uma talassocracia (supremacia naval), o que foi possível graças à presença de madeira em suas florestas, largamente utilizada na fabricação de barcos, muitos dos quais atingiam 20 metros de comprimento.
A indústria foi igualmente acentuada, principalmente na exportação de jóias e tecidos. As jóias eram fabricadas por meio de metais importados da região que hoje é a Espanha.
Os metais também eram utilizados para a fabricação de armas, forjadas em bronze. Eram grandes fornecedores de armas, o que garantia de certa forma sua própria segurança.

RELIGIÃO
Deusa das Serpentes
Cabeça de touro de Creta
Labrís cretense
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Marco de Corno sagrado

Corno sagrado do Palácio de Cnossos
Os minóicos tinham uma religião matriarcal, isto é, adoravam exclusivamente divindades femininas. Os afrescos descobertos pela arqueologia e ainda visíveis da civilização minóica revelam a importância conferida à mulher, as quais eram retratadas exercendo funções religiosas, administrativas e políticas. Os minóicos são considerados pacíficos, acreditavam que os deuses governavam tudo e a mulher era vista como fundamental para garantir a pacificação social.
Ainda em seu princípio, esculturas de uma deusa-mãe tornaram-se freqüentes. Também se destacou em importância a imagem do touro, reproduzida em pinturas e em obras arquitetônicas (chifres de pedra assinalavam os locais sagrados), que pode ter sido associado à fertilidade, ou aos freqüentes terremotos, como se a terra estivesse presa em seus chifres. Cerimônias religiosas são descritas em pinturas. Santuários foram identificados em cavernas e montanhas, bem como no interior dos próprios palácios, o que pode atribuir aos reis alguma função sacerdotal. O símbolo mais sagrado dos minóicos era o labrís (Λάβρυς), um machado de dois gumes.
Inicialmente os mortos eram sepultados em cavernas, mas com o gradativo desenvolvimento da vida urbana, grandes túmulos e mausoléus tomaram lugar nos ritos fúnebres.


MITOLOGIA MINÓICA E GREGA
Teseu e o Minotauro

O contato com os ancestrais dos gregos transformou os minoicos e elementos básicos de sua cultura em lendas que perpetraram-se na mitologia grega.
Baseados nas evidências encontradas em Creta (Κρήτηposteriores à invasão dória, surgiu a lenda de um rei mitológico que teria governado em Cnossos (Κνωσός). Seu castelo possuía um grande labirinto, na verdade, eram as ruínas dos corredores do palácio, onde, no centro habitava uma criatura meio touro, meio homem, o Minotauro (Μινώταυρος). As lendas de Dédalo (Δαίδαλος) e Ícaro (Ίκαρος), e a lenda de Teseu (Θησέας) são baseadas neste cenário. Tucídides (Θουκυδίδης), historiador grego, menciona Minos (Μίνωας) como o primeiro rei a construir uma armada, assumindo que ele tenha realmente existido.
Platão (Πλάτωνescreve sobre Atlântida (Ατλαντίδαcomo uma antiga e avançada civilização localizada em uma ilha que teria sido engolida pelo mar. As descrições da riqueza e da prosperidade, bem como a similaridade dos eventos cataclísmicos, faz crer que a lenda de Atlântida (Ατλαντίδα) seja um vestígio da impressão dos antigos micênicos, então uma cultura recém-saída da idade da pedra, frente aos primeiros contatos com a civilização minóica, então uma civilização bem desenvolvida.
A religião cretense era centrada nas mulheres, isto é, a divindade mais importante era uma grande deusa criadora e mantenedora da ordem do mundo. Essa deusa tinha diversos animais a ela relacionados como serpentes, pássaros, leões e touros, além de objetos, como o machado de dois gumes, o labrys. Uma divindade masculina que parece ter sido importante, embora secundária, foi o Minotauro (Μινώταυρος), ser com cabeça de touro e corpo de homem. Nomes de deusas e deuses gregos já aparecem nos escritos cretenses. Os cretenses, ao contrário dos gregos clássicos, costumavam enterrar seus mortos com os objetos pessoais mais importantes. Por isso é considerada uma civilização.

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