quarta-feira, 25 de maio de 2011

IDADE MÉDIA

Época de filosofos e religiosos

A história do Império Bizantino é descrita pelo acadêmico August Heisenberg como a história "do Estado romano da nação grega que tornou-se cristão." A divisão do império em ocidente e oriente e o subsequente colapso do Império Romano do Ocidente foram desenvolvimentos que acentuaram constantemente a posição dos gregos no império e terminaram permitindo que fossem identificados com ele de forma completa. O papel principal de Constantinopla começou quando Constantino, o Grande transformou Bizâncio na nova capital do Império Romano, cujo nome veio a ser mudado para Constantinopla. A cidade, localizada no coração do helenismo, tornou-se um ponto de referência para os gregos até a era moderna.

Os imperadores Constantino e Justiniano exerceram seu domínio sobre Roma durante o período de 324 a 610. Assimilando a tradição romana, os imperadores buscavam prover a base para subsequente melhorias e para a formação do Império Bizantino. Esforços para salvaguardar as fronteiras do império e para restaurar os territórios romanos marcaram os primeiros séculos. Ao mesmo tempo, a formação definitiva e o estabelecimento da doutrina ortodoxa, bem como uma série de conflitos resultantes de heresias desenvolvidas nas fronteiras do império, marcaram o período inicial da história bizantina.

No primeiro período da metade da era bizantina (610-867) o império foi atacado tanto por antigos inimigos (persas, lombardos, ávaros e eslavos) como por novas parestas que apareciam pela primeira vez na história (árabes, búlgaros). A principal característica desse período consiste no fato de que os ataques inimigos não se resumiam às áreas fronteiriças do estado, mas estendiam-se muito além, chegando a ameaçar a própria capital. Ao mesmo tempo, tais ataques perdiam seu caráter periódico e temporário, transformando-se em instalações permanentes que se tornavam novos estados - claro, hostis a Bizâncio. Mudanças também podiam ser observadas na estrutura interna do império, ditadas por condições tanto externas como internas. A predominância dos pequenos agricultores livres, a expansão dos estados militares e o desenvolvimento do sistema de temas deram o toque final ao processo evolutivo que começara no período anterior. Mais mudanças também podiam ser vistas no setor administrativo: a administração e a sociedade tinham se tornado gregas de forma imiscível, enquanto o processo de restauração da ortodoxia após o movimento iconoclástico permitiu com sucesso a retomada de ações missionárias entre os povos vizinhos e seus posicionamentos na esfera de influência cultural bizantina. Durante esse período o Estado foi geograficamente reduzido e economicamente prejudicado, uma vez que haviam perdido regiões produtoras de riquezas; o Estado obteve, contudo, uma homogeneidade linguística, dogmática e cultural muito maior.

O ano de 1204 marca o início do período bizantino tardio, quando teve lugar o acontecimento de maior importância para o Império. Constantinopla foi perdida pelos gregos pela primeira vez, e o império houvera sido conquistado por cruzados do mundo latino, sendo substituído por um novo império onde o latim seria a língua do governo, período que perdurou por 57 anos. Além disso, o período de ocupação latina influenciou de forma definitiva os desenvolvimentos internos do império, uma vez que elemento feudais começaram a fazer parte do modo de vida bizantino.

Em 1261, o império grego encontrava-se dividido entre os membros da antiga dinastia comnena greco-bizantina (Épiro) e entre a dinastia Paleólogos (a última dinastia até a queda de Constantinopla). Após o enfraquecimento gradual das estruturas do estado grego bizantino e a redução de seu território devido às invasões dos turcos, o Império Bizantino Grego veio finalmente ao fim nas mãos dos otomanos, em 1453, data considerada como o fim do perído bizantino.

É importante notar que o termo "bizantino" é uma idéia contemporânea, convencionado por historiadores. O povo da época costumava chamar o império do século XX em diante simplesmente como "Império Grego", bem como "Império Romeo-Grego" antes disso. Por esta razão, os gregos às vezes chamam-se a si próprios de "Romioí" (Ρωμιοί) numa forma coloquial. O termo "romeo" ('relacionado a Roma') era por vezes usado devido à tradição legada a muitos aspectos da administração política do império. Deve-se dizer também que muitos impérios em toda a Europa usaram-se do termo, além dos bizantinos gregos, como por exemplo os Carolíngios ou o Sacro Império Romano-Germânico (Latin Sacrum Romanum Imperium) germânico, que se consideravam como herdeiros legítimos do Império Romano.


File:Saint Matthew (Nea Moni).jpg
Mosaico de Nea Moni de Chios

File:Greekfire-madridskylitzes1.jpg
Fogo Grego

Nenhum comentário:

Postar um comentário