quarta-feira, 25 de maio de 2011

PERÍODO OBSCURO

IDADE DAS TREVAS
 
Ânfora protogeométrica

Dá-se o nome de "Idade das Trevas" ao período que se seguiu ao fim da civilização Micênica e que se situa entre 1200 a.C. e 800 a.C. no século XI a.C.. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objetos de luxo produzidos durante a era Micênica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.

Outro dos fenômenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exatas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.

No período da pré-história grega começa com a presumida invasão dórica, ocasionando o fim da civilização micênica, e terminando na ascensão das primeiras cidades-estados gregas no século IX a.C., com os poemas épicos de Homero e com as primeiras instâncias da escrita alfabética grega no século VIII a.C..

O colapso dos micênicos coincidiu com a queda de vários outros grandes impérios no Oriente Próximo, especialmente o império hitita e o egípcio. O motivo pode ser atribuído a uma invasão da população marítima de posse de armas de ferro. Quando os dórios apareceram na Grécia, também eles estavam equipados com armas de ferro de qualidade superior, facilmente dando cabo dos já fracos micênicos. 

Os grandes palácios e cidades dos micênicos foram destruídos ou abandonados. A língua grega deixou de ser escrita. A arte cerâmica da Grécia durante a idade das trevas mostra desenhos geométricos simplistas, desprovida da rica decoração figurativa dos produtos micênicos. Os gregos do período da idade das trevas viviam em habitações menores e mais esparsas, o que sugere a fome, escassez de alimentos e uma queda populacional. Não foram encontrados em sítios arqueológicos nenhum artigo importado, mostrando que o comércio internacional era mínimo. O contato entre poderes do mundo exterior também foi perdido durante essa época, resultando num progresso cultural vagaroso, bem como uma atrofia em qualquer tipo de crescimento.

Os reis desse período mantiveram sua forma de governo até que foram substituídos por uma aristocracia. Mais tarde, nalgumas áreas, essa aristocracia foi substituída por um setor aristocrático dentro de si próprio, a elite da elite. As técnicas militares de guerra tiveram seu foco mudado da cavalaria para a infantaria, e devido ao barato custo de produção e de sua disponibilização local, o ferro substituiu o bronze como metal, sendo usado na manufatura de ferramentas e armas. Lentamente a igualidade cresceu entre os diferentes estratos sociais, resultando na usurpação de vários reis e na ascensão da génos (γένος, "família").

As génoi (γένοι, "famílias") começaram a reconstruir seu passado, na tentativa de traçar suas linhagens a heróis da Guerra de Tróia, e ainda mais além - principalmente a Héracles (Ηρακλής). Enquanto a maior parte daquelas histórias eram apenas lendas, algumas foram separadas por poetas da escola de Hesíodo (Ησίοδος). Alguns desses "contadores de histórias", como eram chamados, incluíam Hecateu (Εκαταίος) de Mileto (Μίλητος) e Acusilau (Ακουσίλαο) de Argos (Άργος), mas a maioria desses poemas foram perdidos.

Ao fim desse período de estagnação a civilização grega foi tomada por um período de renascença que se espalhou pelo mundo grego chegando até o mar Negro e a península Ibérica. A escrita foi reintroduzida pelos fenícios, retomada e modificada pelos gregos e, depois, pelos romanos e pelos gauleses.
 
 
Archivo:KAMA Attic geometric oinochoe.jpg 
Vasilha do estilo geométrica

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