quarta-feira, 25 de maio de 2011

DOMÍNIO OTOMANO

Quando os otomanos chegaram, duas migrações gregas tiveram lugar. A primeira compreendia a camada intelectual grega, que migrou para a Europa ocidental, influenciando o advento da Renascença. A segunda migração foi a dos gregos deixando as planícies da península da Grécia e instalando-se nas montanhas. O país, formado, em sua maior parte, por terrenos montanhosos, impediu a conquista pelos otomanos de toda a península grega, uma vez que não chegaram a desenvolver uma presença militar ou administrativa nas montanhas. Houve muitos clãs gregos das montanhas por toda a península e pelas ilhas. Os esfaquiotas (Σφαχειοτες) de Creta (Κρήτη), os suliotas (Σουλιοτες) do Épiro (Ήπειρος) e os maniotas (Μανιάτες) do Peloponeso (Πελοπόννησος) estavam entre os clãs das montanhas mais resistentes durante toda o período do Império Otomano. Entre final do século XVI e o século XVII, muitos gregos começaram a migrar das montanhas para as planícies. O sistema do millet contribuiu para a coesão étnica dos gregos ortodoxos ao segregar a população do império otomano de acordo com a religião de cada um. A Igreja Ortodoxa Grega, uma instituição etno-religiosa, prestou auxílio aos gregos de todas as áreas geográficas da península para que preservassem sua herança étnica, cultural, lingüística e racial durante os severos anos de domínio otomano. Os gregos que viviam nas planícies durante a ocupação otomana eram ou cristãos que sofriam com o governo estrangeiro ou criptocristãos (muçulmanos gregos que praticavam em segredo a fé da igreja ortodoxa). Muitos gregos tornaram-se criptocristãos com o intuito de evitar pesadas taxações, enquanto, ao mesmo tempo, expressavam sua identidade por manter relações com a igreja ortodoxa grega em segredo. Contudo, os gregos que convertiam-se ao Islã e que não eram criptocristãos eram considerados turcos aos olhos dos gregos ortodoxos, ainda que não adotassem a língua turca. Por outro lado, a camada convertida teve imenso papel na criação da cultura grega moderna, uma vez que tradições e costumes turcos foram aprendidos durante todo o período ocupacional. Os traços mais óbvios da influência turca sobre a cultura grega atual pode ser vista na música e na cozinha gregas.

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